sábado, 5 de outubro de 2019

Pós afogamento

Cá estou depois de várias horas só de raquel,
lendo sobre a raquel,
falando com a raquel,
ouvindo a raquel,
sentindo a raquel!

Droga...

Ela não está aqui.
Penso em como são os seus olhos,
fixos e abertos,
olhando para mim e para minhas ideias,
captam tudo,
ficam se mexendo pra lá e pra cá,
vibrando alegres,
ficam aguados,
azuis.

(deus aos olhos da raquel perigo e abismo deu,
mas foi nele que espelhou os céus.
Já falamos disso, não?
Claro claro.)

Claro?
Não!
Fica tudo nebuloso na minha mente.
Eu fico pensando
Como é a raquel?
Como é a cara dela?
Me desenha vai.
Minhas mãos não desenham,
Tenho duas mãos esquerdas.

(sem ofensas a minha querida e amada canhota)

Então tento desenhar na mente.
O que vejo?
É a raquel?
Sim
É ela?
Sim!
É a raquel!
Mas ela é nebulosa,
É ela mesmo?
Eu não tenho uma foto dela na minha cabeça,
O que estou vendo então?

No shabat eu só tenho acesso a raquel da minha cabeça,
certeza é ela caramba,
mas não sei o que vejo,
não vejo uma imagem.

Vejo os seus cachos,
ah! Isso eu vejo sim,
Mas não são seus cachos físicos,
eu vejo suas cachezas,
isso sim,
Não vejo seus olhos,
Não vejo seu olhar,
mas vejo seu azul,
isso sim.

Então fico todo azul,
Por te ver e não te ver,
Por saber que tem certas dimensões tuas que estão comigo,
Mas algumas não estão
E só estarão
Em menos de um mês po!
Em menos de um mês, tá bom.

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