quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Uma tarde gostosa

Lembra daquele dia em que passamos a tarde juntos no Bar Ilan?
Estou no meio da aula de Criminologia e por alguma razão, essa memória me veio à cabeça.
Cheguei por volta de 16:00, tivemos um pequeno probleminha técnico na hora de entrar aquele lugar, digamos que implicaram com minha cara de terrorista.
Você foi andando por aquele lugar bonito, verde e grande, me mostrando seu habitat, por uns anos da sua vida você até chegou a morar lá de fato (foram dois anos?!)
Fui andando por aquele lugar bonito, verde e grande, conhecendo seu habitat, relativamente maravilhada, traçando passos que você já muitas vezes traçou, feliz de conhecer mais uma parte de você (mesmo que você não exatamente frequentava as aulas daquele lugar, pelo que eu entendi haha)...
Foi um dia muito simbólico pra mim.
E aí você me apresentou pra aquele seu amigo que fica sentado naquela mesa, no prédio que se eu não me engano pegamos o elevador apertadamente íntimo pra biblioteca. Qual era o nome desse amigo falante? Puxa esqueci! Mas vou lembrar antes de postar esse texto. Shmulik? Não... Esse é o nome do prisioneiro que o Josh (professor de Criminologia) tava contando sobre, um prisioneiro que havia sido released e pouco tempo depois deu as caras de novo.

 ? שמוליק, חזרת - disse meu professor quando viu o tal sujeito chegando...

Enfim.
Agora já não estou mais na aula de Criminologia, estou em casa.
Qual era o nome dele? Queria muito lembrar... ok.
Enfim, subimos no elevador pra biblioteca de יהדות, colunas gigantescas de livros empoeiradamente acumulando sabedoria. Você se sentou, eu me sentei ao seu lado. De vez em quando eu dava umas espiadinhas pra ver como é que meu amor estuda, tenho que admitir que tenho um certo tesão em ver você estudando e se concentrando e lendo e amassando seus cabelos sem perceber e mordendo seus lábios aqui e ali.
Ter que me controlar em espaços públicos também me dá tesão. A minha vontade era te puxar pra perto e sentir seu corpo quente no meu.

Mas como a intenção desse texto nunca foi ser um texto sobre vontades corpóreas, mas sim apenas relatar de maneira pura e inocente uma memória que me pousou à cabeça, seguirei no meu empreendimento.

Em certo momento ficamos com fome, saímos daquela mansão acadêmica e fomos comer sushi. Era sushi?
Estou me confundindo.
Ah, porque fui no Bar Ilan duas vezes. Uma delas, acho que na última, eu peguei apenas café e talvez alguns cookies, e nos sentamos dentro daquele espaço do Aroma onde conversamos sobre questões tangentes a casamento, um pouco da halacha desse tema, e algumas coisas de maneira abstrata e deslocada de nossa realidade.. Ah e também lembro que comentei de como eu não exatamente concordo com a fala da Valeria, de que num relacionamento, é importante que o homem ache a mulher atraente, e pra mulher, é importante que ela sinta que admira o homem.

Mas na primeira vez que fui no Bar Ilan, e é dessa vez sobre a qual minha memória se trata, nós pegamos sushi e voltamos pra faculdade, sentamos num banquinho de frente pras árvores de azeitonas retorcidas,
azeitonas retorcidas? Não, as árvores eram retorcidas. OK
Logo mudamos de banquinho porque havia muitos bichinhos voadores nos incomodando e se infiltrando no nosso sushi.
Voltamos a estudar, já não lembro se foi dessa vez ou da outra que fomos estudar na biblioteca de economia, uma mais arrumadinha.

E depois fomos pra sua casa.
Andando.
Gostoso andar, área gostosa.
E no caminho, ao sair do bar ilan, passamos por uma árvore cheia de passarinhos cantando histericamente.
E andamos até sua casa.
Yonathan Netaniel?
Não.. como era o nome mesmo? Quero lembrar sozinha. E também lembrar o nome do moço falante da faculdade.
To me segurando MUITO pra não olhar o nome nas nossas conversas de whatsapp..
OK

Chegamos na sua casa.
Subimos.
Você morava no 11, 12, algo assim? Lembro que vi esses números nas portas quando abriu o elevador. Acho que eram seus vizinhos de porta mesmo.
Sofá vermelho.
Nechama Leibowitz.
Pão de queijo, if I am not mistaken.
E o resto é história.
Foi uma noite interessante.

Pode ser que estou me confundindo entre os elementos dos dois dias no qual fui no bar ilan te visitar.
Porque um desses dias, voltamos e a Sarinha e sua mãe estavam lá, e claramente não foi nesse dia que nos divertimos no sofá vermelho e depois na cama gostosamente grande.

Espero que você se encontre na confusão da minha memória.


Agora.
Momento presente.


Sinto saudades. Já é até clichê dizer isso, coisa sem graça.
Sinto que não te vejo a mais tempo do que o tempo que te conheço, se é que isso é logicamente possível. Dentro da mente humana, tudo é possível.
Já me acostumei a te acessar somente pelo pensamento, por mensagens, por telefone, pelo blog. Acostumei que nada! Não aguento mais. Isso não é real.
Mas hoje não to brava ou frustrada que nem aquele outro dia em que escrevi no blog sobre isso. Estou apenas constatando os fatos, até com uma certa pitada de humor, porque de tão escroto seja a ser cômico.
Termino por aqui







terça-feira, 12 de novembro de 2019

Nem sei

Se me dissessem que já faz um mês que não te vejo, eu acreditaria. E que fazem três meses, eu também acreditaria.
Não é possível que você se foi, faz, ...
Hoje é terça, você se foi na
Enfim não me importa saber
O que acontece é que a minha percepção de tempo tá toda zuada, me sinto distante de você em todos os sentidos possíveis, tá difícil pra mim, tá estranho.
Ficamos 45 dias sem se ver, depois te vi umas 3 ou 4 vezes, e depois você foi embora. É como se essas 3 ou 4 vezes do meio não tivessem existido, faz anos que não te vejo.
Já não lembro o que é estar dentro do seu abraço, já não lembro qual a sensação de tocar nas suas mãos, já não sei o que é conversar com você ao meu lado me olhando (no olho!)... Já não sei o que é abrir a porta e te ver, poder chorar e você estar do lado pra me acolher, estar no mesmo fuso que você, o que é poder chegar em casa cansada e te abraçar e me sentir calma e feliz dentro do seu abraço.
Já não sei...
Me dói! E me frustra.
Nem sei porque puis um ponto de exclamação na linha acima, se não é esse meu tom no momento.
O meu tom é cinza e estranho, nem sei se o nome do que sinto é saudades.
A distância dilacera.
Dilacera mesmo, dilacera fundo.
Já não tenho forças para doer.
As lágrimas brotam nos meus olhos enquanto escrevo, minha garganta se retorce em nós que raspam e incomodam, meu peito tenta desesperadamente se expandir e respirar, mas não consegue e se sufoca.
Mas nada disso importa, nada disso adianta, nada disso muda nada.
As lágrimas, as palavras que agora escrevo, as mensagens de voz no celular, nada importa, nada é real, tudo é tentativa ridícula de acessar você, de me expressar pra você, de me sentir próxima de você.
Só queria poder agora olhar nos seus olhos e ver seu sorriso, escutar sua risada, ver você elaborando sobre algum tema, dissertando sobre algo bonito do mundo.
Esse texto é em vão, esse blog é quase em vão, tentativas ilusórias de trafegar num mar que nunca chega até você, nunca chega até o porto, as águas me consomem, me afogam, já não respiro, me sufoco.
Não importa a hora do dia, o que tenho ou não tenho que fazer, o mundo se tornou estranho, quase alheio, ele não sabe o que eu sinto, a confusão emocional que se passa dentro de mim, quero falar com você mas ao mesmo tempo não quero, não consigo, me sufoco, me afogo numa mistura de saudade, amor, cansaço de tanto esperar, desesperança, dormência, falta de fôlego.
Me faltam palavras.
Tudo bem, nem preciso delas.
Elas não me servem de nada


sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Fate e faith

Um tema que tem voltado pra mim nos últimos dias é o tema da sorte, nós conversamos sobre isso na sexta, aliás depois quero ouvir o que você tem pra falar sobre o amor!

Ontem conversei disso com a sarinha, eu disse que voltar da festa, depois de presenciar toda aquela insensibilidade da lari e ir ao teu encontro - mesmo que whatsapiano - me fez sentir o cara mais sortudo do mundo, fui de um oposto ao outro. E o pior de tudo, eu disse, é que foi ela que terminou, não foi nem minha escolha, impressionante como tenho sorte, dá até arrepio pensar nisso.
Tudo na vida parece por um fio, essa é a sensação que tenho tido ultimamente.
A sarinha disse que devo agradecer a hashem. É verdade. Se tem uma coisa que eu sinto que pareço com o Yossef bíblico é nisso, ele tinha sorte onde quer que ele ia, deus estava sempre o acompanhando, na casa de potifar, na prisão, na ong, raquel, exército, deus sempre tá lá salvando. Tudo que eu faço, pode ser a coisa mais louca do mundo, eu acho que se eu to fazendo vai dar certo, porque tem alguém atrás querendo que eu tenha sucesso.

Por isso naquela noite de insônia onde eu me senti sozinho sem deus nem nada eu fiquei desesperado. A vida tem seu jeito poético de ser (deus?) e foi justo nessa semana que eu te conheci. Eu levo isso muito a sério, sinto que você foi a resposta àquele meu sentimento. Você apareceu e recebi um acolhimento que eu nunca tinha recebido antes, esse sentimento ainda é novo pra mim e eu não tenho certeza que sei como lidar 100%.

Mas tudo isso me dá arrepio, me sinto fora do controle, ainda sinto que é tudo por um fio. E se deus virar as costas?

Logo que cheguei peguei um uber e o cara começou a me contar como a vida é frágil. Ele morou em pernambuco 3 anos e duas vezes loucos abordaram ele no trânsito. Uma vez ele só gesticulou um xingamento para um cara que o fechou e o cara saiu do carro com arma e veio na janela do carro apontando a arma, indo tirar satisfação. O homem armado era policial aliás, ele tinha distintivo mas tava sem uniforme, o nosso querido motorista acha que saiu dessa vivo dessa por estar naquele momento com uma camiseta da escola militar lá do bairro. Tudo dependia do humor daquele cara armado, da camiseta que ele usou naquele dia, tudo tão terrivelmente frágil.
Contei pra ele uma história do meu pai que me chocou muito quando eu ouvi a primeira vez, que foi nesse ano aliás. Meu pai tinha 30 anos e estava de carro deixando o seu date na casa dela. Vieram dois bandidos armados, mandaram a menina ir pra casa e tiraram meu pai do carro. Um deles cismou que ia atirar no meu pai, ou como diria meu pai, encasquetou que queria me atirar, ele tava visivelmente drogado, o outro falou que você tá louco, deixa ele ir embora. Meu pai foi embora caminhando pelas entrelinhas da brutalidade do destino. Dessa vez que ele decidiu ir conhecer israel pela primeira vez. Mas isso é outro assunto.

Um dos filmes que eu mais gosto aborda esse tema. Eu amava esse filme mesmo antes de me tocar que ele abordava esse tema. Lá o vilão é um psicopata com vocação para filosofia e toda vítima que ele escolhe, ele pede para esse vítima jogar uma moeda e escolher cara ou coroa. Se a pessoa acertar, ela vive, se ela errar, acontece, é o destino. Vou te mandar um link de uma cena que é uma das minhas cenas preferidas de todo o cinema, uma época eu sabia ela até de cor.

https://www.youtube.com/watch?v=OLCL6OYbSTw

Às vezes eu me sinto como yaakov, que diante de tantos presentes de deus ele diz קטונתי, me apequenei com todos os teus presentes e agora acabaram-se os meus méritos. Mas a raquel protegia ele né, raquel querida.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

É impressionante como você se foi faz tão pouco tempo e eu já sinto saudades. Aquela saudades de verdade.