terça-feira, 12 de novembro de 2019

Nem sei

Se me dissessem que já faz um mês que não te vejo, eu acreditaria. E que fazem três meses, eu também acreditaria.
Não é possível que você se foi, faz, ...
Hoje é terça, você se foi na
Enfim não me importa saber
O que acontece é que a minha percepção de tempo tá toda zuada, me sinto distante de você em todos os sentidos possíveis, tá difícil pra mim, tá estranho.
Ficamos 45 dias sem se ver, depois te vi umas 3 ou 4 vezes, e depois você foi embora. É como se essas 3 ou 4 vezes do meio não tivessem existido, faz anos que não te vejo.
Já não lembro o que é estar dentro do seu abraço, já não lembro qual a sensação de tocar nas suas mãos, já não sei o que é conversar com você ao meu lado me olhando (no olho!)... Já não sei o que é abrir a porta e te ver, poder chorar e você estar do lado pra me acolher, estar no mesmo fuso que você, o que é poder chegar em casa cansada e te abraçar e me sentir calma e feliz dentro do seu abraço.
Já não sei...
Me dói! E me frustra.
Nem sei porque puis um ponto de exclamação na linha acima, se não é esse meu tom no momento.
O meu tom é cinza e estranho, nem sei se o nome do que sinto é saudades.
A distância dilacera.
Dilacera mesmo, dilacera fundo.
Já não tenho forças para doer.
As lágrimas brotam nos meus olhos enquanto escrevo, minha garganta se retorce em nós que raspam e incomodam, meu peito tenta desesperadamente se expandir e respirar, mas não consegue e se sufoca.
Mas nada disso importa, nada disso adianta, nada disso muda nada.
As lágrimas, as palavras que agora escrevo, as mensagens de voz no celular, nada importa, nada é real, tudo é tentativa ridícula de acessar você, de me expressar pra você, de me sentir próxima de você.
Só queria poder agora olhar nos seus olhos e ver seu sorriso, escutar sua risada, ver você elaborando sobre algum tema, dissertando sobre algo bonito do mundo.
Esse texto é em vão, esse blog é quase em vão, tentativas ilusórias de trafegar num mar que nunca chega até você, nunca chega até o porto, as águas me consomem, me afogam, já não respiro, me sufoco.
Não importa a hora do dia, o que tenho ou não tenho que fazer, o mundo se tornou estranho, quase alheio, ele não sabe o que eu sinto, a confusão emocional que se passa dentro de mim, quero falar com você mas ao mesmo tempo não quero, não consigo, me sufoco, me afogo numa mistura de saudade, amor, cansaço de tanto esperar, desesperança, dormência, falta de fôlego.
Me faltam palavras.
Tudo bem, nem preciso delas.
Elas não me servem de nada


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