sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Fate e faith

Um tema que tem voltado pra mim nos últimos dias é o tema da sorte, nós conversamos sobre isso na sexta, aliás depois quero ouvir o que você tem pra falar sobre o amor!

Ontem conversei disso com a sarinha, eu disse que voltar da festa, depois de presenciar toda aquela insensibilidade da lari e ir ao teu encontro - mesmo que whatsapiano - me fez sentir o cara mais sortudo do mundo, fui de um oposto ao outro. E o pior de tudo, eu disse, é que foi ela que terminou, não foi nem minha escolha, impressionante como tenho sorte, dá até arrepio pensar nisso.
Tudo na vida parece por um fio, essa é a sensação que tenho tido ultimamente.
A sarinha disse que devo agradecer a hashem. É verdade. Se tem uma coisa que eu sinto que pareço com o Yossef bíblico é nisso, ele tinha sorte onde quer que ele ia, deus estava sempre o acompanhando, na casa de potifar, na prisão, na ong, raquel, exército, deus sempre tá lá salvando. Tudo que eu faço, pode ser a coisa mais louca do mundo, eu acho que se eu to fazendo vai dar certo, porque tem alguém atrás querendo que eu tenha sucesso.

Por isso naquela noite de insônia onde eu me senti sozinho sem deus nem nada eu fiquei desesperado. A vida tem seu jeito poético de ser (deus?) e foi justo nessa semana que eu te conheci. Eu levo isso muito a sério, sinto que você foi a resposta àquele meu sentimento. Você apareceu e recebi um acolhimento que eu nunca tinha recebido antes, esse sentimento ainda é novo pra mim e eu não tenho certeza que sei como lidar 100%.

Mas tudo isso me dá arrepio, me sinto fora do controle, ainda sinto que é tudo por um fio. E se deus virar as costas?

Logo que cheguei peguei um uber e o cara começou a me contar como a vida é frágil. Ele morou em pernambuco 3 anos e duas vezes loucos abordaram ele no trânsito. Uma vez ele só gesticulou um xingamento para um cara que o fechou e o cara saiu do carro com arma e veio na janela do carro apontando a arma, indo tirar satisfação. O homem armado era policial aliás, ele tinha distintivo mas tava sem uniforme, o nosso querido motorista acha que saiu dessa vivo dessa por estar naquele momento com uma camiseta da escola militar lá do bairro. Tudo dependia do humor daquele cara armado, da camiseta que ele usou naquele dia, tudo tão terrivelmente frágil.
Contei pra ele uma história do meu pai que me chocou muito quando eu ouvi a primeira vez, que foi nesse ano aliás. Meu pai tinha 30 anos e estava de carro deixando o seu date na casa dela. Vieram dois bandidos armados, mandaram a menina ir pra casa e tiraram meu pai do carro. Um deles cismou que ia atirar no meu pai, ou como diria meu pai, encasquetou que queria me atirar, ele tava visivelmente drogado, o outro falou que você tá louco, deixa ele ir embora. Meu pai foi embora caminhando pelas entrelinhas da brutalidade do destino. Dessa vez que ele decidiu ir conhecer israel pela primeira vez. Mas isso é outro assunto.

Um dos filmes que eu mais gosto aborda esse tema. Eu amava esse filme mesmo antes de me tocar que ele abordava esse tema. Lá o vilão é um psicopata com vocação para filosofia e toda vítima que ele escolhe, ele pede para esse vítima jogar uma moeda e escolher cara ou coroa. Se a pessoa acertar, ela vive, se ela errar, acontece, é o destino. Vou te mandar um link de uma cena que é uma das minhas cenas preferidas de todo o cinema, uma época eu sabia ela até de cor.

https://www.youtube.com/watch?v=OLCL6OYbSTw

Às vezes eu me sinto como yaakov, que diante de tantos presentes de deus ele diz קטונתי, me apequenei com todos os teus presentes e agora acabaram-se os meus méritos. Mas a raquel protegia ele né, raquel querida.

4 comentários:

  1. ai meu amor... você me deixa sem palavras..
    você me afoga nesse teu amor e nessa tua sensibilidade, eu me delicio nas tuas águas, nessa tua habilidade de se expressar, de se abrir, de mostrar quem você é, de me convidar pra dentro dos seus sentimentos mais íntimos... eu me delicio sabendo que você existe, eu me delicio na tua existência. Me delicio sem nem te tocar...
    Te contemplo e me arrepio.
    Que mágico é o encontro de duas almas that were meant to meet at some point in life, em alguma encruzilhada escura da vida, em algum beco sem esperança, em algum nascer do sol sem luz.
    Que mágico foi te encontrar.
    Te procurei? Não.
    Te achei? Também não.
    Te conheci? Não.
    Te reconheci? Talvez.
    Te achei familiar, logo desde cedo, desde os primeiros encontros... Senti que algo estava nascendo,algo especial estava brotando, e sem eu saber ao certo como regar tal relacionamento, ele foi crescendo, e florescendo, e se desenvolvendo... Hoje não me vejo sem você.
    Te achei familiar desde o começo, algo em você me fazia me sentir plena, me sentir compreendida. Não foi logo do começo que senti amor, aquele amor ardente apaixonado de fogo amarelo e laranja, mas foi quase bem do começo que me senti em casa. Me senti em casa do seu lado, na sua companhia. Seu sorriso, sua risada, suas palavras, sua sensibilidade logo se tornaram minha casa. Eu podia ser eu mesma, eu mesma de fato, aparecer como eu bem quisesse, feliz, triste, nervosa, melancólica, com humores escuros, leve, pesada, mais falante, mais calada, mais aérea, mais concentrada, mais pegajosa, mais carinhosa, mais carente... E você me acolhia.
    Você me acolhe.
    Você tem noção do quanto você é especial?
    E não digo ''do quanto você é especial pra mim´´, porque você é especial por si só, para além de mim, você sempre foi especial, antes de mim, com mim, depois de mim (espero que não tenha um depois de mim haha).
    Insisto em falar sobre isso, mas vou ter que repetir para enfatizar. A sua sensibilidade, a sua capacidade de estar em touch com seus sentimentos, de estar a par do que passa dentro de você, de se perceber no mundo, de estar consciente dos seus processos de pensamento e das suas emoções... Isso me comove e me inflama de amor, num nível que mal sei descrever, porque nunca senti tal coisa antes por ninguém.
    Um passarinho agora, na minha janela, faz um barulho que lembra o barulho do beijo ardente de dois amantes apaixonados, com tempo contado.
    Como eu dizia.. Você me comove, a sua existência me comove.
    Continue existindo e eu continuarei me comovendo.
    Que alegria foi te conhecer.
    Sinto que sempre te conheci, de uma forma ou de outra.
    Lembro daquele encontro que tivemos na lua, naquela lua de rocha em cima da praia, e eu chorei, chorei. Chorei. E você me acolheu como ninguém.
    Eu te amo tanto, tanto.
    É difícil estar sem você esses dias.
    Meu peito dói, a saudade me sufoca, sufoca mesmo. Quase fico sem ar.
    Você invade meus pensamentos, você quase está aqui de tanto que se faz presente.
    Mas não está.
    Tudo bem

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  2. Vi a cena que você mandou! Fiquei curiosa pra saber qual é uma das suas cenas preferidas de todo o cinema...
    Forte
    Os olhares principalmente me chamaram a atenção.
    Fiquei com dó do velhinho...
    E do psicopata também.
    Isso me lembrou da minha aula de criminologia, porque temos que ler um artigo que discute sobre traços psicopáticos na população de presos e de estudantes e adultos ´´normais´´.
    ´´Are Prisoners More Psychopathic than Non-forensic Populations?
    Profiling Psychopathic Traits among Prisoners, Community Adults,
    University Students, and Adolescents´´

    Se quiser dar uma olhada, https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/01639625.2019.1665221?needAccess=true

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  3. O título do seu texto me lembrou do livro do Rav Soloveitchik, ´´Faith and Destiny´´, acho que em hebraico é Kol Dodi Dofek. Até porque a palavra ´destino´ não tá presente no título, mas tá presente ao longo do texto

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  4. Esse texto que você escreveu é forte, disserta sobre muitos pontos, voltarei a comentar depois. Agora tenho que ir dormir..
    Não me peguem pelo braço!
    OK

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